XXV PEREGRINAÇÃO A FÁTIMA A PÉ


Queridos peregrinos,

Há uma semana atrás, mais ou menos por volta da hora em que escrevo estas linhas, alguns autocarros estacionaram à frente da nossa Escola Secundária. Descemos, descarregámos as nossas mochilas e, com o regresso de cada um à própria casa, encerrámos oficialmente a XXVª Peregrinação a Fátima a Pé.

Passou uma semana e aos poucos a vida foi voltando ao ritmo normal: a escola recomeçou, retomou-se o trabalho e eu regressei à minha paróquia aqui na Itália.

Mas não consigo (nem quero!) deixar de pensar na experiência daqueles 100km que caminhámos juntos. Não quero que arrefeça(m); que se torne apenas uma boa recordação o longo caminho que fizemos, com os pés e com o coração, até chegarmos ao altar de Jesus e aos braços de Maria Sua mãe.

Temos de continuar a caminhar. E a caminhar juntos!

A peregrinação deu-nos a oportunidade de olhar para o mundo e para a nossa vida de uma outra forma. Os mais velozes caminharam com o passo dos mais lentos. Os mais orgulhosos aprenderam a aceitar ajuda. E as mochilas mais pesadas (cheias de coisas essenciais!) foram as primeiras a ser abandonadas.

Mas estas e outras “lições” correm o risco de cair no esquecimento se não continuarmos a exercitar o “músculo” da fé. A partir de amanhã, passo a enviar-vos todas as semanas uma pequena “provocação” preparada por mim. Lembram-se do berro na “discoteca”? O que vos envio é muito mais silencioso, mas espero que, mesmo assim, ajude a acordar alguns e deixar inquietos outros.

Porém, a nossa fé tem sede de Cristo e algumas linhas no ecrã de um computador não são suficientes para a saciar. Depois de vos ter falado na peregrinação dos números 25, 8 e 9, proponho-vos agora outros algarismos que ainda são mais importantes: 18, 25, 2, 9, 16, 23, 30... São os Domingos das próximas semanas. Nesses dias os sinos das igrejas convidarão todos a participar na santa missa e o seu toque soará como uma pergunta antiga: «Tu também és seu discípulo?» Oxalá a nossa resposta não seja como aquela dada por Pedro: «Não o conheço».

Na peregrinação que é a nossa vida, a Eucaristia é o momento do repouso, da cura das feridas, do nutrimento do corpo. Mais: é o cajado seguro, o cantil de água fresca, a bússola que indica o norte. Queridos peregrinos, se queremos continuar a caminhar na direcção certa, não podemos renunciar à Eucaristia. É o primeiro passo para que os nossos corações não arrefeçam e esta peregrinação não termine sem dar frutos.

Um abraço a todos. E até amanhã...

padre Carlos

Comentários

  1. Admiro profundamente este Padre, mas a cima de tudo, antigo-aluno... mesmo cheio de dores no joelho, nunca parou!
    gostava de ter a força dele, muito sinceramente!

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  2. Sinceramente, não vejo o que se pode aprender com essa peregrinação.

    Acredito que se aprende a curar bolhas e coisas do género.


    Mas acredito ainda mais que, de todos os alunos que foram, poucos tivessem sede de Cristo mas sim de água e cervejas.

    Vejamos bem o caso, estamos inseridos numa sociedade carnal. Ok, se se sentem felizes acreditem à vontade, mas... quem seguem vocês? Deus ou estátuas e locais? Para quê peregrinar tanto quando os frutos são poucos.

    São muito queridos enquanto peregrinam, e quando dão coisinhas ás pessoas pobres. Enquanto andam na secundária...enquanto pretendem ter uma festa de finalistas.

    Depois? O que lhes acontece...vão a missa? Ficam pessoas frustradas porque na adolescência preocuparam-se mais em andar até Fátima e pensar em coisas pouco importantes da vida do que encontrar respostas EXISTENCIAIS, procurarem sentido para a vida. E não me diga que Deus tem a resposta porque isso é treta ( sem ofender )

    :s por favor...digam-me o que é feito dessas pessoas porque sinceramente preocupa-me os caminhos que seguem esses 'peregrinos'...preocupa-me a falta de auto-suficiência existente nos adolescentes, que são influenciados a esses lados quando podiam libertar-se da moral de rebanho e terem vidas como a minha!

    Depois, perguntamos-lhes coisas do género 'O que achas do mundo?' 'Porque vives tu?'
    E a maioria vai responder O mundo? Sei lá' 'Vivo porque nasci, porque os meus pais me fizeram'

    Uau...boas respostas!
    Ensinem antes essas pessoas a terem razoes para viver.

    Já não digo nada com nada...
    Fica por aqui mesmo...

    Paz* Vera Rafael

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  3. É triste ver uma pessoa a pensar assim...
    sim Vera, muitos dos adolescentes que participaram nesta peregrinação podem ter ido só pela aventura, mas talvez, se falares com alguns deles vais perceber o que aconteceu nas suas cabecinhas... alguns podem-se ter aproximado de Cristo, outros podem ter-se afastado... conheço os dois casos!
    se vou a missa? sim, vou!
    porque vou a missa? porque me sinto bem lá, e porque é talvez o único lugar que me dá calma...
    porque acredito em Deus? porque o mundo, perfeito como é, não pode ser mero acaso da natureza, porque é bom saber que há alguém superior a olhar por nós, porque os milagres acontecem todos os dias da nossa vida, embora seja raro reparamos neles... podia-te tantas mais razões...

    e sabes Vera, é mais fácil dizer que não somos católicos, que não acreditamos em Deus, nem em nada, porque se o admitirmos corremos o risco de ser gozados!
    eu acredito, e tu tbm deves aceditar que somos todas extremamente auto-suficientes porque temos as nossas crenças, pq acreditamos em algo, e esse 'algo' foi o 'algo' que nos deu a vida, é o 'algo' que nos ama incondicionalmente...
    é realmente confortante saber que há alguém que nos ama incondicionalmente, que nos ama apesar de todos os nossos pecados, que nos ama com todos os nossos defeitos e virtudes...

    mas e claro que cada um tem a sua opinião e nunca ninguém tem o direito que te obrigar a acreditar em algo que não acreditas... mas deixa-nos acreditar no que acreditamos!

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