...continuam a chegar...Testemunhos de Vida...XXIX.ª Peregrinação...
"Passei quase
um mês ansiosa por esta Peregrinação e só pensava que não me iria custar, que
iria conseguir fazer os 100 km sem uma única bolha.
Até que chegou
o dia 9 de Abril, e por algum motivo senti receio, senti medo talvez do
desconhecido, do facto de ter que me confrontar comigo mesma. Ainda assim,
estes sentimentos não me impediram de continuar nesta grande aventura, nesta
grande loucura como o Prof. Chico disse-nos uma vez.
Durante estes
quatro dias passei a dar muito mais valor a uma simples bacia com água, a um
abraço, a um incentivo, a uma mão amiga sempre disposta a ajudar. Foram todas
estas coisas que me deram a força e a coragem para continuar. Apercebi-me que
não estamos sozinhos, estamos todos UNIDOS! E nesta União, em que nos ajudamos
mutuamente, acabamos por esquecer as nossas próprias dores para passarmos a
sentir as dos outros.
Todas as dores
e todas as bolhas foram esquecidas graças ao incentivo e ao apoio daqueles que
estiveram sempre presentes durante esta caminhada. Por muito que me custasse
tive que ir ao carro de apoio, tinha que ganhar forças para fazer os últimos e
extraordinários 6 km desta Peregrinação. Durante o percurso em que estive no
carro, posso não ter peregrinado com os pés, mas sem dúvida que peregrinei com
o coração!
A chegada a
Fátima foi um momento inexplicável… Nunca antes me tinha sentido tão próxima de
Deus, e se calhar é por isso, que este momento não se consegue explicar com
palavras, apenas se sente. Foi em Fátima, que recebi o melhor abraço de sempre,
um abraço repleto de carinho, de amizade, de amor! Nestes quatro dias sei que
me fartei de chorar: alguém se sentia mal a rebentar as bolhas, eu chorava,
chorava; ia para o carro de apoio, e eu chorava e chorava; relembravam-me os
motivos que me levavam a peregrinar, e eu chorava e chorava…
No entanto, no
meio de tantas lágrimas, sentia que Ele estava comigo e era também isso que me
dava forças para continuar. “Então perguntei a Deus: “Senhor, eu quis viver
contigo, e tu prometeste ficar sempre comigo. Porque me deixaste sozinho logo
nos momentos mais difíceis?”. Ao que ele respondeu: “Meu filho, sabes que Eu te
amo e que nunca te abandonei. Os dias em que viste só umas pegadas na areia são
precisamente aqueles em que Eu te levei nos meus braços.”.
Durante os
três dias da Peregrinação só pensava: “Eu nunca mais me meto nisto. Esta gente
é tonta em fazer 100 km a pé! Para o ano, se vier, venho é como apoio.”. E
estava enganada ao pensar isto, pois no último dia em Fátima senti saudades de
tudo aquilo que vivi, de todos os momentos, de todas as brincadeiras, de todas
as gargalhadas e até de alguns momentos mais tristes. Agora percebo o porquê de
os alunos do 12º ano optarem pela Peregrinação em vez de irem para a viagem de
finalistas. É uma experiência que nos ensina TANTO e pela qual eu tenho um
grande carinho! Assim, para o ano cá estarei, pronta para mais 100 km :D
Obrigada a
todos os que me ajudaram, que me apoiaram e que estiveram sempre presentes.
Obrigada por me ajudarem a descobrir o verdadeiro significado da Peregrinação e
por me relembrarem os motivos que me levavam a peregrinar. Um grande grande
obrigada pelos quatro dias mais fantásticos de sempre!"
“A verdadeira
Peregrinação começa agora…”
Inês
Gabriel 11ºCT2
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