...Os Testemunhos continuam a chegar...

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O que fomos fazer a Fátima? Rezar, rezar e rezar! Foi para rezar pela paz no mundo, pela comunidade escolar e pelas intenções pessoais que um grupo de peregrinos de EMRC da Escola Secundária de Peniche (onde eu me incluo), decidiu tirar quatro dias das suas vidas e partir para Fátima a pé.
A Peregrinação a Fátima a Pé é algo que já faz parte desta disciplina e desta escola, e para mim, a minha passagem por aqui não estaria completa se eu não participasse. Assim, no dia 13 de Março, lá entreguei a minha pré-inscrição aos professores de Moral, e dias mais tarde, o meu nome constava da lista de peregrinos. No dia 8 de abril, um dia antes de partirmos (e dia em que fiz 17 anos), sentimentos de nervosismo, antecipação e entusiasmo tomaram conta de mim, “Tenho a certeza absoluta do que vou fazer?” e “estarei preparada para 100 km?” foram questões que me acompanharam até às 05.00h do dia seguinte. “Como é que vou fazer 100 km em dois dias quando ainda nem começámos a andar e já me sinto cansada?”, foi o que me passou pela cabeça minutos antes de partirmos. E então dissemos adeus aos que ficaram para trás e demos início à caminhada que iria marcar a minha vida e com certeza a de todos os que participaram, e que iria terminar 38 horas depois, quando chegámos ao Santuário de Fátima, momento que irei certamente recordar para sempre.
 É para mim um orgulho poder dizer que fiz 100 km sempre a caminhar, e quando podia, a ajudar os que precisavam. Mas estaria a mentir se não dissesse que sempre pensei que não aguentaria a caminhada inteira, que o carro de apoio iria ser uma recorrente. Porém, a força de vontade falou mais alto. Ao mesmo tempo, estaria a ser egoísta se não afirmasse aqui que, se há razão para ter conseguido chegar a Fátima pelo meu próprio pé, isso deve-se a pessoas fantásticas que não desistiram de mim, e que puseram a sua dor de lado para carregar parte da minha. OBRIGADA!
Os dois dias que passei em Fátima foram de reflexão, partilha, amizade. Às 17.30h do dia 12 de abril, momentos antes de regressar a Peniche, sentimentos de nostalgia tomaram conta de mim, e a certeza de que esta experiência tinha que ser vivida de novo invadiu-me! Eu sei que as dores são muitas e muito fortes, que 100 km a pé não são fáceis, que a carga emocional é intensa, mas também sei que a vida por vezes também não é fácil, e que são as coisas que nos põem à prova que nos tornam pessoas melhores e mais preparadas para enfrentar os obstáculos e adversidades que nos aparecem pelo caminho.
Os nossos professores de Moral propuseram-nos que comprássemos lembranças a quem nos marcou nesta peregrinação. Entreguei muitos cartõezinhos mas também recebi muitos, e não há palavras para descrever o quão bem me sinto por saber que houve gente que precisou de mim e que eu não lhes falhei. Só por isso vale a pena vir a Fátima a pé!
Alguém nos disse que “nós não vimos a Fátima para deixar a nossa cruz ou para a aliviar. Nós vimos a Fátima para arranjar força para a carregar”. E é assim que me sinto, como alguém que caminhou 100 km até e por Maria, e que se sente agora mais forte e capaz de enfrentar e suportar o que o futuro reserva.

Esta XXIXª Peregrinação a Fátima a Pé pode ter terminado, mas alguém também disse que “a verdadeira peregrinação começa agora, quando regressamos…”.
Mariana Silva
11.º CT2

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